Uma das razões para eu fazer a pós-graduação em psicopedagogia é que eu li os conteúdos que seriam ministrados e eles me interessaram de sobremaneira. E depois, eu me interessei pelo Autismo. Lendo sobre ele no site do ABC da Saúde, de repente eu tive um sobressalto...
Parecia que eu estava lendo sobre o meu irmão que é 14 anos mais velho que eu... Tudo o que eu lia, se encaixava nele...
O modo como ele gostava de viver isolado, sem a companhia de ninguém (ele fica dentro do quarto dele, com um rádio, o dia todo se deixar).
Não gosta de abraçar e nem de ser abraçado (só muito de vez em quando).
Ele resiste veementemente às mudanças (para encaixar um novo meio de fazer as coisas, leva um tempo bem grande).
Ele tem um ritual só dele... E faz isso, regradinho, todos os dias.
Tem dia certo para fazer barba. Tem hora certa para lanchar, tem hora certa para almoçar, jantar e tomar banho.
Meu irmão é hiperativo. Não consegue fazer uma coisa só por muito tempo. Ao mesmo tempo que ele desenha, já quer colorir, quer voltar ao desenho.
Ele foi alfabetizado. Sabe ler e escrever. Sabe fazer contas. As mais simples, mas sabe!
Ele sabe tabuada se estudar.
Ele tem quase todos os sintomas do autismo. E de uma forma só minha, eu sei que ele é autista.
Mas meus irmãos e meu filho negam tal comportamento. Para eles o que ele tem é retardo mental somente. Mas como um retardado pode ser alfabetizado até a antiga quinta-série (sexto ano)?
Depois de muita insistência de minha parte consegui mudar o psiquiatra dele. Ele já deu uma melhora significativa.
Se tivesse sido descoberto há vários anos atrás, poderiam ter sido tomadas várias outras medidas.
Talvez ele até seria diferente... Quem sabe?
O fato é que a minha pós-graduação me fez ver meu irmão com outros olhos!
Agora eu vejo que ele pode e deve ser ajudado. Ele tem apenas 55 anos de idade... Talvez ele possa se tornar um pouco mais amistoso e um pouco mais amigo.
Mas sua idade mental será sempre de um garoto de 8, 9 anos!!!
Tenham todos um bom fim de semana!
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